sábado, 22 de setembro de 2018

O autismo e a importância da Rotina

O autismo e a importância da Rotina
     Esse texto foi escrito pela Amanda Puly, do blog Clube Materno, e relata muito bem, sob o ponto de vista de uma mãe de autista, algumas informações sobre a Rotina para as crianças com autismo:
A criança com autismo precisa de previsibilidade no seu dia a dia: o que irá acontecer, quais atividades irá fazer, ser haverá algo diferente. A antecipação dos acontecimentos faz com que ela se sinta segura, saiba seus objetivos e o que os outros esperam que ela faça. Essas crianças por si só, têm dificuldades em gerenciar seu tempo e se planejar. Por isso é importante ter uma rotina pré-estabelecida.
A forma mais comum de organização da rotina é feita pelos PEC’s (Picturing Exchanging Communication System), ou seja, um sistema de comunicação através da troca de figuras, que facilita a memorização da sequência de uma atividade (como escovar os dentes ou tomar banho) e também das tarefas do dia a dia como um todo (como um cronograma). Os PEC’s podem ser através de figuras ou fotos. A rotina também pode ser simplificada através do uso de uma agenda por exemplo, dependendo do entendimento de cada criança.
A rotina precisa ser utilizada em casa, na escola em todas as atividades do seu dia a dia. Quando a criança como autismo não está preparada para algum acontecimento, se desorganiza emocionalmente, podendo ficar frustrada, desconfortável, irritada, etc.


Mudanças na rotina
É importante trabalhar as quebras de rotina também, fazendo pequenas mudanças no dia a dia. Frequentemente, fazer uma comida diferente, assistir a outro programa de televisão, mudar o
caminho da escola… Trabalhar também com os erros: tirar uma peça do quebra-cabeças e substituir por uma feita de papel, por exemplo.
Outra ideia interessante é preparar um passeio surpresa e, antecipadamente, ir informando que em determinado dia da semana haverá uma surpresa. E levá-la, de fato, a um lugar que ela goste muito. Esse trabalho é importante para que ela aprenda que fatos inesperados também podem ser agradáveis.
Outro objetivo deste trabalho é a criação de uma “rotina” para as “quebras de rotina”.
Constantemente temos eventos (aniversários, viagens, festas na escola, casamentos, etc.) que irão interferir na rotina e geralmente estressam, perturbam e desorganizam mentalmente nossos pequenos autistas. Quando trabalhamos a antecipação destes
acontecimentos (pode ser através do calendário, mostrando fotos, etc.), a criança fica mais preparada e segura.
E se mesmo com todo esse preparo a criança se desestruturar?
O ideal é respeitar o espaço e o tempo dela. Levá-la para um local mais tranquilo e silencioso para que se reorganize, conversar sobre o que está acontecendo, passar segurança e ter muita paciência.


Persistir nestes exercícios diários, pois é um “trabalho de formiguinha” que leva tempo. E a frequência torna a prática um hábito.



Fonte: Clube Materno 
Amanda Puly é mãe do João Victor (10 anos) e do Leandro (5 anos). O João tem TDAH e o Leandro tem Autismo. Amanda escreve no blog Clube Materno.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

OS AUTISTAS E OS SONS ALTOS

Todos nós sabemos que autistas são pessoas dotadas de aspectos sensoriais peculiares, o que os tornam únicos. Profissionais e pais de pacientes com autismo sabem como é necessária uma série de regras que visam ao bem-estar da criança, do adolescente ou até mesmo de adultos (que não contaram com a intervenção durante a infância).

Um desses traços de hipersensibilidade é a audição, assunto que trataremos neste artigo. Em casos semelhantes, a manutenção de uma pessoa em locais expostos a ruídos pode ser sinônimo de tortura para quem traz esse aspecto. Veja aqui quais técnicas e exercícios são bem-vindos para a recepção de determinados sons e como diminuir a sensibilidade auditiva no autista.

 Trabalhando com os ruídos
Muitos pais e mães relatam que trabalham essa questão com seus filhos em casa, em momentos completamente corriqueiros, mas que podem obter resultados satisfatórios.
 – Estabeleça confiança na criança sempre que você utilizar algum equipamento que emita barulhos que a incomodem. Liquidificador, aspirador de pó, campainhas e interfones costumam ser os campeões no ambiente doméstico. Se o pequeno manifestar alguma aversão ao ruído, tente explicar a funcionalidade do objeto associando tal uso ao bem-estar da própria criança: o liquidificador é para fazer o suco preferido, o aspirador é para limpar o quarto, a campainha para avisar que alguém chegou etc.
– Em locais externos, procure mostrar para seu filho que você está ali e que não há o que temer. Lembre-se que a confiança é primordial, mesmo que a criança não entenda a princípio.

           Escutando o próprio som
Essa parte consiste em uma terapia. Funciona da seguinte maneira: explique à criança que todos nós produzimos determinados barulhos inevitáveis, como a voz, a batida do coração, a respiração, a barriga quando está vazia, entre outros. Dessa maneira, o autista pode ser apresentado previamente a ruídos inerentes a ele.

Não se trata de uma tarefa simples e requer muita paciência da parte dos adultos, pois o resultado vem de forma gradual, assim como todo processo de intervenção em pessoas com autismo. A dica é começar aos poucos para que o pequeno seja apresentado ao mundo de possibilidades a que ele estará exposto, em se tratando de sons.

            No ambiente escolar
A sala de aula é local da diversidade, pois cada criança vem com uma vivência diferente. Isso requer preparo por parte dos educadores, uma vez que eles devem adaptar a rotina da turma ao pequeno autista. Em situações semelhantes, nada melhor que contar com o auxílio interdisciplinar. Terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, psicólogos e pedagogos são bem-vindos nesse quesito, tamanha a variedade de pontos que podem ser tratados para se trabalhar tal sensibilidade.

                              Realidade escolar
Infelizmente, muitas escolas brasileiras não contam com a estrutura mencionada acima; sendo assim, resta aos pais a procura por profissionais de maneira isolada e que podem oferecer a intervenção que melhor se adapte ao pequeno.

Lembrando, portanto, que o autismo não é o mesmo para todos os pacientes. Cada criança reage de uma forma ao tratamento, cabendo à equipe profissional e aos pais a compreensão para auxiliá-lo da maneira mais receptiva possível.


Dr. Clay Brites