terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A inclusão de pessoas com deficiência na igreja

O ideal seria sempre integrar a todos para evitar o isolamento e marginalização. Com frequência, as pessoas com deficiência não são bem-vindas nas atividades da igreja em razão de nossos medos, que impedem a interação com elas. Se quisermos realmente perder esse medo, é melhor não isolá-las, pois a falta de contato só faz aumentar este receio(nosso receio). Por fim, se não conseguirmos incluí-las, estas pessoas acabarão indo embora.

Por outro lado, devemos considerar a realidade. Certamente algumas pessoas com deficiência se integrarão muito bem na escola dominical e em outras organizações e atividades da igreja, pois a sua dificuldade não é grave ou a sua conduta ou habilidade social não estão afetadas. Aquelas que apresentam uma disfunção grave, profunda ou até múltipla têm necessidades mais específicas. Algumas pessoas defendem um programa ou sala diferente e não integrado com os demais membros da igreja. Aí é onde está o motivo de um grande debate. Inclusão seria ter a pessoa deficiente, ou, com dificuldades, ensinadas em uma aula à parte? Ou seja, integrando-a à igreja e à doutrina sem estar com a maior parte dos membros?
Ou inclusão seria ter esse membro assistindo as aulas com todos os demais(como já é), com o professor procurando capacitação e conhecimento para poder levar as mensagens também para essa pessoa?
Em uma ala que frequentei por algumas semanas, havia uma criança da primária com autismo. A presidente da primária insistia com o bispo que tal criança deveria estar sendo ensinada separada das demais, pois ela não se considerava capaz. O bispo ficou sem saber o que fazer: ele era o pai da criança! Então qualquer atitude que tomasse, poderia ser mal interpretada. Não conseguiu muita ajuda nos manuais.
Eu mesmo só encontrei algumas tópicos específicos sobre a direção a tomar(   https://www.lds.org/topics/disability/list/autism?lang=por&old=true )
Também frequentei outra ala onde, durante a Escola Dominical, havia uma irmã com paralisia cerebral que afetava todo o seu corpo e cérebro. Os pais levavam todos os domingos um colchonete, onde ela ficava deitada em frente à sua mãe e seu pai. Nunca faltavam. Ninguém se sentia desconfortável com isso.
Em um pequeno ramo onde frequentamos por quase 3 anos, as pessoas conheciam muito bem nossa filha autista(leve). Todos conversavam com ela, tentavam cumprimentá-la com um aperto de mão(que ela não respondia). Algumas atitudes me deixaram profundamente tocados. Cito a do Presidente do ramo, que chegava com um grande sorriso, esticava sua mão oferecendo em cumprimento para nossa filha. Ela nem sequer o olhava. Ele não insistia. Lhe fazia um afago na cabeça e continuava cumprimentando aos outros irmãos.
Vários irmãos, por todo o tempo em que estivemos lá, faziam o mesmo todas as semanas. Parecia, para eles, que não dava resultado. Engano! Ela se lembra de cada um deles.
Os autistas podem não reagir muito a cumprimentos, afagos ou comentários carinhosos, mas têm completa consciência deles. Gostam e se sentem bem ao serem lembrados.
Também havia uma irmã, que cumprimentava nossa filha com um abraço e um beijo(ela se deixava abraçar). A menina nunca conversou com ela, mas, fazia questão de, muitas vezes, sentar-se ao seu lado durante a Reunião Sacramental.

Acredito que cada caso é um caso, mas, a inclusão desses irmãos especiais é necessária, conosco, nas mesmas salas, mesmo com um comportamento às vezes fora do convencional, tido como "normal".

 A palavra-chave é “inclusão”, o que implica mantê-las na igreja, incluídas em nossos planos e com suas necessidades especiais levadas em conta.




PARTICIPAÇÃO ATIVA NA LIDERANÇA

Um dos campos mais esquecidos é a liderança. Não estamos acostumados a ver pessoas com deficiência atuando como líderes. Esse, porém, deve ser o objetivo para que possam desenvolver seus talentos. Durante nossa caminhada junto a companheiros com deficiência, aprendemos que eles não devem ser excluídos de nenhuma esfera simplesmente por terem essa condição. Todos nós podemos desenvolver talentos dentro de nossas próprias limitações.

sábado, 12 de janeiro de 2019

A Importância da família no desenvolvimento da criança com autismo





A ajuda e apoio da família pode ajudar a melhorar a comunicação, fortalecer os relacionamentos e melhorar o desenvolvimento, a saúde mental e o bem-estar das pessoas que têm transtornos do espectro do autismo (TEA)?

Pessoas com TEA muitas vezes experimentam dificuldade em saber como se comunicar com os outros e com o desenvolvimento e manutenção de amizades e relacionamentos. Eles também podem achar difícil gerenciar mudanças em sua rotina. Pessoas com TEA tendem a confiar em membros da família, incluindo pais e irmãos, até a idade adulta. Os membros da família de pessoas com TEA muitas vezes são seu único círculo de amizade. São os membros da família, pais, irmãos, primos, tios, tias e avós as pessoas nas quais ele
vai confiar, conversar, e, com quem ele vai aprender.

Normalmente não vão conseguir relacionar-se com pessoas além desse círculo restrito de pessoas. Daí a importância da aceitação do portador de TEA no grupo familiar. Aceitação de suas limitações, paciência com algumas "manias"(estereotipias), pois as necessitam para poder coordenar seus pensamentos e raciocínio.

Não são "anormais", "retardados", "mongólicos", "estranhos". São só diferentes de você, mas, são tão inteligentes quanto você. Também se magoam com algumas atitudes. Sabem quando são deixados de lado ou evitados.
Também se emocionam, sentem euforia, felicidade, tristeza, exatamente como você. Só expressam isso de maneira diferente.

Os familiares do portador de TEA fazem toda a diferença na iniciação à socialização. Vão ajudá-lo a inserir-se na sociedade, apresentando-lhe pessoas, uma a uma, aumentando assim o círculo de amizades de uma maneira que o autista possa assimilar.


Dez coisas que um autista PRECISA que você saiba

  1. -Primeiro de tudo, sou uma pessoa.
O autismo representa apenas um aspecto da sua personalidade e não o define como pessoa. Limitá-los a serem reconhecidos apenas como pessoas "autistas" pode estabelecer baixas expectativas dessa pessoa para seus objetivos futuros ou crescimento pessoal.
  1. -Minhas percepções sensoriais são alteradas.
A integração sensorial é possivelmente o aspecto mais difícil de entender no autismo. Isso significa que as imagens, sons, cheiros, sabores e texturas do dia-a-dia que você pode não perceber são estímulos fortes (mesmo dolorosos) para pessoas com autismo.
  1. -Lembre-se de distinguir entre "não quero" e "não posso"
Linguagem receptiva e expressiva, assim como o vocabulário, podem representar grandes desafios para aqueles com o transtorno. Não é que não prestem atenção às instruções, mas à dificuldade de entendê-las, justamente pelo grande número de estímulos a que estão expostas.
  1. -Eu sou um pensador concreto.
Isso significa que eles interpretam a linguagem muito literalmenteÉ aconselhável evitar frases idiomáticas, jogos de palavras, nuances, duplos significados, inferências, metáforas, alusões e sarcasmos.
  1. -Seja paciente com meu vocabulário limitado .
Eles apresentam ecolalia: repetição de certas palavras ou frases que alguém diz, mas podem não conhecer as palavras para descrever seus sentimentos. Por isso, é importante reconhecer a linguagem corporal, a abstinência, a agitação ou outros sinais.
  1. -Eu me guio visualmente quando a linguagem é difícil para mim.
De acordo com Notbohm, é importante mostrar à pessoa com autismo como fazer alguma coisa e não apenas dizer a ela. Além disso, a repetição é essencial, ajuda-os a aprender o desconhecido. Um cronograma visual representa uma ferramenta extraordinária para aliviar o estresse de ter que lembrar o que se segue. Esta representação gráfica é extremamente útil para a transição entre atividades.
  1. -Concentre-se no que posso fazer, em vez de olhar para o que não posso.
Evite críticas, elogie e melhore os pontos fortes e talentos. Como todo ser humano, é difícil para as pessoas com autismo aprenderem em um ambiente de crítica, mesmo que sejam "construtivas".
  1. -Eu preciso de ajuda com interações sociais .
Embora pareça que eles não querem interagir socialmente, as pessoas com autismo têm dificuldade em iniciar uma conversa ou participar de um jogo. Se outras pessoas participarem dessa inclusão, será mais fácil. Para eles, é difícil ler expressões faciais, linguagem corporal ou as emoções dos outros.
  1. -Identifique os fatores desencadeantes das minhas explosões.
Contemple que as mudanças radicais de humor acontecem porque um ou vários de seus sentidos se supersaturam.
  1. -Me ame sem condições, especialmente se você é um membro da minha família.
Veja o autismo da pessoa como uma habilidade diferente, em vez de percebê-la como uma deficiência.